A Orquestra Clássica da FEUP é dirigida por José Eduardo Gomes. (Foto: Egidio Santos/U.Porto)

No próximo dia 3 de maioquinta-feira, a Orquestra Clássica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai homenagear Óscar Lopes, linguista e professor da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP), em mais uma iniciativa integrada nas comemorações da Figura Eminente da Universidade do Porto 2018.

Abertura “Il Duca di Foix” de Marcos de Portugal; St. Paul’s Suite de G. Holst; Pompa e Circunstância nº 4 de E. Elgar, Finlandia de J. Sibelius, e Pompa e Circunstância nº 1 de E. Elgar (ver programa do concerto) são as obras que se vão ouvir a partir das 21h30, no Auditório da FEUP. Com entrada livre, o espetáculo conta com a produção do Comissariado Cultural da FEUP.

Iniciadas a 4 de abril, com a inauguração da exposição “Óscar Lopes, o Saber de Muitos Saberes”, as comemorações da Figura Eminente da Universidade do Porto 2018 continuam até novembro e incluem várias conferências na Faculdade de Letras e na Reitoria da U.Porto. A próxima acontece  a 7 de junho, dia em que a FLUP – alma mater de Óscar Lopes – recebe a visita de Inês Duarte, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e coautora da Gramática da Língua Portuguesa, que ali dará uma conferência sobre “Óscar Lopes e a Linguagem: O Olhar de um Cientista”. O programa completo pode ser consultado aqui.

Óscar Lopes, a Figura Eminente da Universidade do Porto 2018.

Natural de Leça da Palmeira, onde nasceu a 2 de outubro de 1917, Óscar Lopes (1917- 2013) licenciou-se em Filologia Clássica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A paixão pela história, pela literatura e pela pedagogia encaminhou-o para uma carreira de professor do ensino secundário, que incluiu passagens pelo Liceu Nacional de Vila Real e pelos liceus Alexandre Herculano e Rodrigues de Freitas, no Porto.

Num trajeto onde o ensaísta e o professor caminham lado a lado com o ativista político (foi militante do Partido Comunista Português, do qual fez parte do comité central), Óscar Lopes foi  impedido de lecionar no ensino superior antes do 25 de abril, por motivos políticos. Após a Revolução, ingressa na Faculdade de Letras da U.Porto como professor catedrático, cabendo-lhe liderar os destinos da instituição até 1976. Até à sua jubilação, em outubro de 1987, foi também vice-reitor da Universidade (1974-1975) no reitorado de Ruy Luís Gomes, tendo sido responsável pela criação do Centro de Linguística da U.Porto.

Paralelamente à carreira académica, Óscar Lopes foi um intelectual marcante e interventivo, tendo produzido uma vasta obra ensaística nos domínios da crítica e historiografia literárias assim como no domínio da Linguística. Com o historiador António José Saraiva, escreveu  a “História da Literatura Portuguesa”, obra que continua a ser uma referência fundamental no ensino daquela disciplina.

O valor da sua obra foi várias vezes reconhecido, em vida, com algumas das mais importantes distinções nacionais no campo da cultura. Pelos seus trabalhos de ensaio e crítica recebeu o prémio Rodrigues Sampaio da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto e o prémio Jacinto do Prado Coelho (1985). Em 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, e, em 2006, com a Ordem da Liberdade. Faleceu a 22 de março de 2013, aos 95 anos de idade.