Catarina Figueiredo, Sandra Pinheiro, Carolina Alves e Sofia Estudante são quatro das fundadoras do Coletivo Feminista de Letras. (Foto: DR)

O Coletivo Feminista de Letras é um novo movimento, formado por estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), que tem como missão “criar um espaço de reflexão e debate sobre o movimento feminista e as diferentes formas de repressão e violência exercidas sobre as mulheres“.

A criação do Coletivo Feminista de Letras partiu de um “bichinho disposto a criar algo do género”, até pela falta de “coletivos feministas nas faculdades em Portugal”, conta Carolina Alves, uma das fundadoras do coletivo e estudante de Ciências da Comunicação. Mas a ideia ganhou força “com algumas companheiras brasileiras, que estão cá em Erasmus” que apresentaram uma outra realidade e força que os coletivos têm no Brasil e nas faculdades.

O lançamento da página no Facebook, no passado dia 23 de fevereiro, marcou o início da atividade do coletivo, que rapidamente passou para ações concretas com interesse dos estudantes. “Desde a primeira reunião que a adesão e interesse por parte das e dos estudantes é elevada e cada vez mais ativa. Há sempre novas pessoas a querer participar, a fazer sugestões e a abrir espaços de discussão e esse era o nosso objetivo inicial”, explica Carolina Alves.

Desde a sua fundação o coletivo já organizou vários eventos, nomeadamente uma reunião aberta de exposição do conceito, a projeção de um filme temático (Suffragette) e a dinamização de debates e conversas entre estudantes. A “inspiração” é sempre a mesma. “Há uma integração das propostas das e dos estudantes”, explica Carolina, acrescentando que a organização das atividades “só faz sentido que seja feito por todos e todas que queiram participar e a partir das ideias e sugestões dos estudantes”.

E o objetivo é mesmo o de cingir o grupo a estudantes (de Letras, “por agora”), para o coletivo se marcar como um movimento estudantil. “Não somos só feministas, também somos estudantes e partilhamos o espaço e ambiente universitário e com ele todos os problemas (de género e não só) que lhe são adjacentes”, explica a responsável. “Quisemos focar a nossa ação na nossa faculdade por entendermos que falta muita união e discussão sobre feminismo dentro das faculdades, e também por acharmos que é daí que parte uma luta maior, mais consolidada e mais forte”, acrescenta.

Nas próximas semanas, o coletivo terá uma agenda preenchida. Além dos filmes, sessões de leitura, palestras e outras iniciativas temáticas, o grupo também vai celebrar efemérides: “Neste momento estamos a focar-nos na organização do 1.º de Maio feminista e das celebrações do 25 de Abril, juntamente com outros coletivos e organizações ligadas ao ativismo na cidade do Porto”, concretiza Carolina Alves.

O grupo é estudantil e não é formalmente apoiado pela FLUP, nem por nenhum partido político. De acordo com as fundadoras, trata-se de um grupo pioneiro na Invicta: “não conhecemos mais nenhum coletivo feminista dentro de faculdades/Universidades na Academia do Porto”.