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A EURASEM (European Society for Experimental Mechanics), uma das organizações mais respeitadas em todo o mundo na área da Mecânica Experimental, distinguiu recentemente Mário A P Vaz, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), com o “Robert Hooke’s Award”um prémio de carreira destinado àqueles que mais se destacam na promoção da Mecânica Experimental, quer como ferramenta de ensino, quer como meio de investigação.

A nomeação do investigador da FEUP foi indigitada pelos votos de delegados do Canadá, da Rússia, Israel, Espanha, Bélgica, Portugal e do Japão. A eleição foi decidida pelos 20 membros do Conselho Executivo da EURASEM por unanimidade. “No meu caso foi destacada a minha contribuição para a promoção da investigação experimental no nosso país”, aponta Mário Vaz.

Com uma carreira ligada ao departamento de Engenharia Mecânica da FEUP desde 1985, Mário Vaz integrou o grupo de investigação do INEGI em 1986, participando na criação do Laboratório de Ótica e Mecânica Experimental – LOME. É nessa altura também que o professor da FEUP inicia uma colaboração com a Associação Portuguesa da Análise Experimental de Tensões e Mecânica Experimental – APAET, congénere nacional da EURASEM. Em 2005 esteve ligado à reabilitação da Sociedade Portuguesa de Biomecânica (SPB), uma organização onde procurou promover a experimentação nas áreas da saúde, segurança ocupacional e no desporto (foi presidente da SPB no período de 2009 a 2013).

Em 2012, foi um dos fundadores do Laboratório de Biomecânica da U. Porto (LABIOMEP), uma estrutura multidisciplinar que integra valências sobretudo da FEUP, FMUP, FCNAUP, FCUP e FADEUP além do INEGI e que se tem notabilizado pelos trabalhos de investigação em áreas tão distintas como a indústria aeronáutica, aeroespacial, automóvel e com atividades clínicas relacionadas com a ortopedia, a medicina dentária (prótese) e o desporto.

Com uma forte preocupação em relação à transferência de tecnologia, Mário Vaz participou também na criação do Centro Pericial de Acidentes do INEGI/FEUP (CENPERCA), em 2016. Trata-se de uma infraestrutura diretamente ligada ao tecido empresarial e instituições públicas e que tem por objetivo tratar de assuntos relacionados com a reconstituição de colisões, investigação e análise de causas e falhas de acidentes (quer aconteçam ao nível dos transportes, pessoas, máquinas ou estruturas) e análise de materiais, mecânica de fratura e fadiga. Atualmente com um número crescente de colaborações envolvendo a Biomecânica.

“Mais do que um prémio pessoal vejo nesta distinção o reconhecimento e valorização de uma estratégia traçada pelo DEMec e pela FEUP para manter uma forte componente experimental no ensino e investigação em Engenharia”, reconhece Mário Vaz. “Quando iniciei a minha carreira a U. Porto não dispunha das valências experimentais que existem atualmente (…). Ao longo deste 30 anos muitos participaram na concretização e redefinição de estratégias que permitiram à Universidade ser hoje uma das universidades europeias que se destaca por valorizar as técnicas experimentais e é com todos estes que partilho este prémio”, remata o investigador da FEUP.

A distinção de Mário Vaz teve lugar durante a sua última conferência internacional da EURASEM (Conferência ICEM 17), realizada em Rhodes, na Grécia, em julho passado. Durante o evento, que reuniu temas de investigação com um ponto comum na experimentação e técnicas experimentais, Mário Vaz foi também eleito presidente da EURASEM para o biénio 2016 – 2019.

Nestas reuniões e encontros internacionais os principais temas abordados referem-se  ao estudo das propriedades e comportamento de materiais, inertes ou biológicos, sobre novas técnicas de medição ou novas metodologias para assegurar a integridade estrutural de veículos ou estruturas de grande porte. Estes temas de investigação que perderam alguma relevância no final do século passado com o advento dos computadores e o aumento da capacidade de cálculo dos métodos numéricos regista atualmente um grande crescimento relacionado com a aplicação de novos materiais e novas soluções estruturais em áreas que vão desde a ciência dos materiais até aos diversos ramos de engenharia. O estudo dos sistemas vivos da das suas interações com a envolvente tem permitido importantes progressos nas ciências da saúde e é uma forte inspiração para novas soluções de Engenharia.