A Professora Emérita da U.Porto, Maria de Sousa, vai receber o Prémio Universidade de Lisboa 2017.

A cientista Maria de Sousa, Professora Catedrática Jubilada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e Professora Emérita da U.Porto, vai ser agraciada hoje, 13 de novembro, com o Prémio Universidade de Lisboa 2017.

Anunciado em maio passado, a entrega do prémio atribuído anualmente com o objetivo de distinguir o mérito de uma individualidade que tenha contribuído de forma notável para o progresso da Ciência e/ou da Cultura e projeção internacional de Portugal irá realizar-se numa cerimónia a decorrer a partir das 17 horas, no Salão Nobre da Universidade de Lisboa.

Selecionada por um júri presidido pelo Reitor da U.Lisboa, António Cruz Serra, e que contou com nomes como Paulo Macedo, Carlos Salema, Teresa Patrício Gouveia e Guilherme de Oliveira Martins, entre outros, a Professora Emérita da Universidade do Porto distinguiu-se dos restantes candidatos pelo seu currículo científico e académico, mas também pela sua faceta “humanista que cultiva o gosto pelas artes, pela história e pela poesia”.

Como é referido pelo próprio júri, Maria de Sousa foi “uma das primeiras mulheres portuguesas a serem reconhecidas internacionalmente pelas suas descobertas científicas”. A cientista distinguiu-se internacionalmente nos anos 60 enquanto autora de vários artigos científicos fundamentais para a definição da estrutura funcional dos órgãos que constituem o sistema imunológico, entre os quais o que consagrou a descoberta da área timo-dependente (1966), hoje conhecida universalmente por área T.

A cientista foi ainda recentemente distinguida pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Militar de San’tiago de Espada.

Foi precisamente o seu trabalho em doentes com hemocromatose hereditária que trouxe Maria de Sousa para o ICBAS em 1985, para fundar o Mestrado em Imunologia, depois de se ter licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa, realizado o doutoramento em Imunologia na Universidade de Glasgow (Escócia) e dirigido o Laboratório de Ecologia Celular do prestigiado Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque (EUA).

Enquanto docente e investigadora da U.Porto, foi responsável pela constituição de uma equipa de investigação nova no campo da hemocromatose, repartida pelo ICBAS, pelo Hospital Geral de Santo António e pelo então novo Instituto de Biologia Celular e Molecular (IBMC). Ao nível do ensino pós-graduado, encabeçou em 1996 a criação do Programa Graduado em Biologia Básica e Aplicada (GABBA), um programa pioneiro em Portugal, resultado da colaboração entre o ICBAS, as faculdades de Ciências (FCUP) e de Medicina (FMUP), o IBMC, o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (IPATIMUP) da U.Porto (estes três últimos, integrados atualmente no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto).

Condecorada pelo Presidente da República em novembro de 2016 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de San’tiago de Espada, um dos mais altos graus desta insígnia destinada a distinguir o mérito literário, científico e artístico, Maria de Sousa já recebeu inúmeras distinções nacionais e internacionais. Entre mais importantes incluem-se o prémio “Estímulo à Excelência”, atribuído pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (2004) e o Prémio Universidade de Coimbra (2011). Em outubro de 2009, assinalou a sua jubilação com uma Última Aula no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto, o mesmo local onde, um ano mais tarde, lhe seria confiado o título de Professora Emérita da Universidade do Porto.