Luís Melo, Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), vai proferir no próximo dia 11 de abril, às 17h15, a sua última aula enquanto professor da FEUP.

Do seu percurso académico, destaca-se o papel pioneiro que desempenhou na criação do primeiro curso em Portugal na área da Engenharia Biológica, na Universidade do Minho, em 1985. Mais tarde, esteve ligado à criação do Instituto de Biotecnologia e Química Fina, juntamente com Odete Maia, também docente na Universidade do Minho. Luís Melo esteve ainda na génese do primeiro grupo de investigação em Biofilmes no país e ainda lançou o ramo de Controlo da Poluição e o Mestrado em Tecnologia Ambiental.

Chegou à FEUP em setembro de 2000, já na qualidade de professor catedrático, e integrou o centro de investigação LEPAE, que passou a liderar um ano depois, na sequência da saída de Carlos Costa para a Direção da FEUP. Nos 12 anos em que esteve à frente do LEPAE (atual LEPABE), o número de investigadores do centro de investigação quadruplicou e a produtividade científica per capita duplicou, tendo lançado as condições para a criação do grupo de Biofilmes da FEUP. Em 2004-2005, com Mário Barbosa, propôs à direção da FEUP o lançamento do Mestrado Integrado em Bioengenharia (MIB), tendo-se constituído um grupo de trabalho que veio depois a integrar o ICBAS (Alexandre Quintanilha e Pedro Moradas Ferreira). Lançado em 2006-2017,  o MIB tornou-se no curso mais procurado e com média de entrada mais elevada em Portugal na área da Bioengenharia/Engenharia Biológica/Engenharia Biomédica.

A carreira de professor universitário, “de que muito gosta, mas que não queria seguir”, provou-lhe que “o importante não é o objetivo que se escolhe, é o modo como, e com quem, se constrói o caminho para o atingir.”

Esteve sempre ligado à música, desde muito novo. Apreciador de jazz, Luís Melo aceitou em 2002 o desafio lançado por Carlos Costa de criar um Comissariado Cultural na Faculdade de Engenharia: o objetivo passaria por desenvolver uma programação cultural regular na FEUP, que veio a profissionalizar-se com a contratação de Paulo Vasques em 2003, na qualidade de produtor e co- programador cultural. Com 10 anos de existência, o Comissariado tem tido um papel preponderante na difusão das artes performativas junto da comunidade e deu já origem a um Grupo de jazz, às Oficinas de Teatro e Pintura e mais recentemente ao projeto da Orquestra Clássica da FEUP.

A paixão pela música e pelas artes em geral começou desde muito novo. Nascido no Porto, Luís Melo teve aulas formais de música dos 10 aos 13 anos, que terminaram com a entrada fulgurante dos Beatles na vivência dos adolescentes. Aprendeu guitarra como autodidata aos 17-18 anos. Durante os três anos preparatórios do curso de Engenharia (na FCUP), foi responsável por 3 programas de rádio e começou a escrever para a revista “Mundo da Canção”. Envolveu-se na fundação do jornal de música “Memória do Elefante”, cujos 3 mil exemplares por edição tiveram um êxito inesperado no meio da juventude da época.

A Cerimónia de Jubilação assinala assim o culminar de uma carreira de intensa dedicação ao ensino, à investigação em áreas pioneiras em Portugal e ainda à promoção e difusão da importância das dinâmicas culturais no seio da comunidade académica da Universidade do Porto.

Após a última lição de Luís Melo, haverá lugar a um Porto d’Honra de convívio e um jantar, que decorrerá no restaurante do INEGI, pelas 20h30, sujeito a inscrição* através do email [email protected], até ao dia 28 de março.

*preço do jantar: 20 euros (sujeito à lotação da sala)