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O Labiomep testou os limites dos militares em condições ambientais adversas.

Qual é o tempo necessário para aclimatar um indivíduo a um clima mais hostil sem comprometer o seu desempenho físico? Estarão os nossos militares a usar o equipamento mais indicado para esses cenários de guerra, em que as temperaturas são muitas vezes agrestes no que toca à temperatura e níveis de humidade? Uma equipa de investigadores da Universidade do Porto, associados ao Laboratório de Biomecânica do Porto (LABIOMEP), esteve a colaborar com a Escola de Sargentos do Exército durante 12 meses e as primeiras conclusões foram apresentadas esta sexta-feira, 22 de maio, na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).

Os testes (ver vídeo abaixo) foram executados com os militares transportando todo o equipamento individual, mochila e armamento, dentro da câmara ambiental existente no Laboratório de Prevenção de Riscos Ocupacionais e Ambientais (PROA/FEUP), associado ao LABIOMEP, por investigadores ligados ao Mestrado e Programa Doutoral em Higiene e Segurança Ocupacionais da FEUP. Lá dentro simularam-se experiências de campo em ambiente controlado com vista a adaptar os planos de treino atualmente utilizados às condições climatéricas de países como o Afeganistão, onde as temperaturas rondam os 40 graus durante o dia. No exterior uma equipa monitorizou em tempo real todo o ensaio, registou e interpretou os dados.

Uma das principais conclusões deste estudo incide sobre o transporte da arma e do equipamento de combate que se revelou bastante penalizadora ao nível do desempenho físico dos militares, o que implica repensar todas as questões ligadas também com a dieta dos militares e uma atenção redobrada aos níveis de hidratação que devem ser elevados.

Em cima da mesa está já a possibilidade de se iniciarem novos projetos de I&D para desenvolver vestuário e calçado adaptados às condições climatéricas adversas , uma vez que está cientificamente provado que estes equipamentos têm influência no desempenho em cenários de guerra.