Para Henrique Duarte, a bolsa da EACR representou «uma oportunidade fantástica». (Foto: DR)

Henrique Duarte, investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto (i3S), passou recentemente três meses a desenvolver a sua investigação no prestigiado Center for Proteomics and Metabolomics, no Leiden University Medical Center (LUMC), na Holanda, ao abrigo de uma bolsa de viagem concedida pela European Association for Cancer Research (EACR).

Membro da EACR através da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro (ASPIC), Henrique Duarte viu nas EACR travel fellowship uma oportunidade para “fazer coisas completamente novas e aperfeiçoar algumas técnicas”. Escreveu um projeto e um orçamento, concorreu e ganhou. Deram-lhe quase o valor máximo que pode ser atribuído – 3 mil euros – para custear voos e alojamento durante a sua estadia na Holanda, que decorreu entre o início de janeiro e finasid e março.

O principal objetivo do projeto de doutoramento do jovem investigador é “caracterizar as principais diferenças, ao nível dos glicanos, que ocorrem entre células normais e neoplásicas do estômago humano”. Para além disso, acrescenta, “pretendo descrever as vias molecular através das quais determinadas moléculas de glicanos favorecem a emergência de mecanismos de resistência à terapia em células tumorais gástricas”.

Para um melhor entendimento do que são os glicanos e a importância do seu estudo, o investigador do grupo «Glycobiology in Cancer» do i3S explica que “cada célula do nosso organismo está coberta por uma densa camada de açúcares, organizados em estruturas complexas denominadas glicanos, que atuam como reguladores cruciais em diversos processos celulares e fisiológicos”.

Além de promover a inovação na pesquisa biomédica e na saúde pública, o que para Henrique Duarte já seria um forte motivo para escolher o CPM, «este instituto de investigação é liderado pelo Prof. Manfred Wuhrer, que colaborou com o meu coordenador científico, o Prof. Celso Reis. «Esta bolsa da EACR foi uma oportunidade fantástica para realizar parte do meu plano de trabalho, já que a bolsa FCT não cobre estas despesas», explica o investigador.

Segundo Henrique Duarte, “o Center for Proteomics and Metabolomics é altamente especializado nas áreas de química analítica, proteómica clínica e metabolómica e centra-se na investigação clínica utilizando, para isso, várias tecnologias de ponta como as separações líquidas (cromatografia líquida e eletroforese capilar), cromatografia gasosa, espectrometria de massa (MS) e ressonância magnética nuclear (RMN)”. A experiência permitiu-lhe, por isso, “reunir imensos conhecimentos teóricos e práticos sobre as tecnologias mencionadas, que estão a ser fundamentais para o desenvolvimento do meu projeto de doutoramento».

Os resultados científicos obtidos pelo investigador durante os três meses que esteve Leiden são, adianta, “bastante promissores e encorajadores. Certamente serão incluídos nos meus resultados científicos de doutoramento». Além disso, sublinha Henrique Duarte, «desde que regressei (em março) tenho mantido contato com os meus supervisores e colegas do CPM e eles estão muito interessados em manter esta colaboração”.

A nível pessoal também foi fantástico, revela o investigador. “Serei eternamente grato à equipa do CPM que fez todos os esforços para tornar a minha estadia em Leiden o mais confortável e agradável possível. Acolheram-me de braços abertos e com enorme hospitalidade. Senti-me apoiado e incluído por todos desde o primeiro dia”.