O prémio Mies van der Rohe é considerado um dos galardões de maior prestígio na área da arquitetura. (Foto: DR)

É um dos pulmões da cidade do Porto e um dos espaços mais visitados por turistas e locais. O Jardim Botânico do Porto acaba de ser nomeado para o Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia Mies van der Rohe 2019, com a reabilitação da Casa Andresen, onde se encontra instalada a Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, a Casa Salabert, que acolhe o Café E-Learning, e das estufas de Franz Koepp.

Coordenado pelos arquitetos Nuno Valentim, Frederico Eça e Margarida Carbalho, o projeto é um dos cinco portugueses candidatos ao prémio europeu de arquitetura. Ao todo, foram avaliados 31 projetos relativos ao biénio 2017-2018, por um júri convidado pela Ordem dos Arquitetos (OA).

Nuno Valentim juntou-se a Frederico Eça e Margarida Carvalho, para recuperar a Casa Andresen, onde cresceu e viveu Sophia de Mello Breyner Andresen (bem como Ruben A.). Hoje, é um espaço onde se conjuga a história, arte, literatura, biologia e tecnologia, conhecida como Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva.

A Casa Salabert, cujo nome vem de um anterior proprietário francês Jean Pierre Salabert (dono da então Quinta Grande à Ordem de Cristo) é hoje o espaço do Café E-Learning Botânico, aberto a todos os membros da comunidade académica e aos antigos estudantes da U.Porto. Esta obra foi a vencedora da 4.ª edição do Prémio Nacional de Reabilitação, na categoria “Comércio e Serviços”, galardão que distingue anualmente o que se faz de melhor em Portugal no domínio da intervenção e reabilitação urbana.

Dentro do Jardim Botânico do Porto, a equipa de Nuno Valentim foi também responsável pela reabilitação das Estufas de Franz Koepp, desenhadas pelo arquiteto paisagista alemão que, entre 1952 e 1967, ajudou na recuperação do jardim.

Entre os nomeados para o Prémio de Arquitetura Contemporânea estão o projeto Promise – Casa do Caseiro, em Grândola, assinado pelo arquiteto Camilo Rebelo, bem como o hotel Casa do Rio, em Vila Nova de Foz Côa, do arquiteto portuense Francisco Vieira de Campos. A estes juntam-se os portugueses do ateliê lisboeta Aires Mateus, autores do projeto da Faculdade de Arquitetura UCL, na Bélgica; e Carrilho da Graça, responsável pelo Terminal de Cruzeiros de Lisboa.

O Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia Mies van der Rohe, no valor de 60 mil euros, foi instituído em 1987 pela Comissão Europeia e pela Fundação Mies van der Rohe (em Barcelona). É considerado um dos galardões de maior prestígio na área da arquitetura. Na sua primeira edição, em 1988, foi atribuído a Álvaro Siza Vieira pelo projeto do Banco Borges & Irmão, em Vila do Conde.