A ingestão adequada de iodo durante a gravidez é importantes para garantir um correto desenvolvimento do bebé. (Foto DR)

Um grupo de investigação liderado pelo CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde vai iniciar esta semana o recrutamento de mulheres grávidas para o projeto de investigação IoMum-Norte, no Centro Hospitalar de São João. O objetivo é avaliar os níveis de iodo nas mulheres grávidas residentes em Portugal e conhecer a prática dos profissionais relativamente ao iodo dentro do Sistema Nacional de Saúde.

Liderado pela investigadora Elisa Keating, o projeto IoMum-Norte vai convidar as mulheres grávidas a cooperarem através da realização de análises à urina no início e no fim da gravidez. Será ainda solicitada uma colheita de sangue através de picada no dedo no final da gestação “A participação é voluntária e não há qualquer risco para a saúde da mulher ou do bebé associado ao estudo”, salienta a cientista.

“O objetivo final do projeto é contribuir para informar as entidades de saúde nacionais sobre o estado do iodo nas gestantes e assim monitorizar a eficácia de políticas de saúde pública e ajustá-las à realidade portuguesa”, explica a também professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

O iodo é um nutriente essencial para o ser humano, em especial durante a gestação e a infância, devido ao papel que desempenha na produção das hormonas da tiroide. “Durante a gravidez, é fundamental uma ingestão adequada de iodo para garantir um correto desenvolvimento e maturação do bebé”, nota Elisa Keating.

Como o organismo não produz iodo, ele tem de ser obtido através de fontes externas, nomeadamente da alimentação. Entre as principais fontes alimentares de iodo estão, por exemplo, o marisco, a sardinha, o salmão, o leite e o iogurte.

Em agosto de 2013, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicou uma orientação técnica na qual recomenda a suplementação de iodo às mulheres em preconceção, grávidas e em amamentação exclusiva.

De acordo com a orientação, aconselha-se uma prescrição médica de iodeto de potássio, na dosagem de 150-200 µg/dia, e sublinha-se a importância para a educação alimentar, de forma a incluir na dieta da grávida fontes de iodo, dada a importância deste nutriente no processo de desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central do feto.

Antes do IoMum, o CINTESIS esteve à frente de outro projeto sobre o iodo, o IoGeneration, cuja missão foi avaliar o estado do iodo em crianças em idade escolar, bem como consciencializar a população para a importância deste nutriente e contribuir para a promoção de medidas de saúde pública que reduzam as desigualdades nutricionais.

A equipa de investigadores do IoMum integra profissionais de diferentes áreas, nomeadamente bioquímicos, nutricionistas, médicos e químicos. A equipa do CINTESIS que participa no projeto IoMum agrupa investigadores da NOVA Medical School – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e da FMUP.