Os investigadores do CIIMAR vão visitas dois centros de investigação com tecnologia de ponta.

Filipe Pereira e Isabel Cunha do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) foram dois dos dez investigadores europeus com projetos aprovados no âmbito do programa EMBRICEuropean Marine Biological Research Infrastructure Cluster, um consórcio de 6 infraestruturas de investigação europeias com tecnologia de ponta.

Entre setembro e dezembro de 2017 os investigadores poderão trabalhar em instalações de dois dos 27 parceiros de 9 países europeus e utilizar diversos equipamentos e serviços, essenciais para o desenvolvimento de determinadas etapas dos seus projetos de investigação na área da biotecnologia marinha.

Filipe Pereira pretende desenvolver um kit genético para deteção de peixes transgénicos em alimentos e amostras ambientais, que se apresentará como o primeiro meio de verificação do cumprimentos das normas políticas que irão ser implementadas na EU, salvaguardando assim os interesses dos consumidores.

O kit molecular será baseado na reação em cadeia de polimerase (PCR) para deteção simultânea dos diferentes elementos transgénicos (ex. promotores e genes da região de codificação) que, nos últimos anos, têm sido utilizados para produzir peixes geneticamente modificados incluindo o salmão do Atlântico (Salmo salar), carpa comum (Cyprinus carpio), tilápia do nilo (Oreochromis niloticus), entre outros.

Isabel Cunha pretende caracterizar os genes e proteínas adesivas dos percebes (Pollicipes pollicipes e Lepas anatifera), responsáveis pela sua fixação firme em ambientes por vezes extremamente hostis, como por exemplo, o que se observa nas rochas de entre maré, com fortes  ondas e temperaturas elevadas.

A determinação da composição, estrutura molecular e modo de ação destes adesivos, através de técnicas avançadas de sequenciação de ARN e proteínas, será importante para o desenvolvimento de estratégias para o controlo da bio-incrustação, problema que causa enormes prejuízos nas indústrias marítimas, assim como para a aquacultura dos percebes. Os resultados obtidos poderão ainda ter aplicações em áreas como a nanotecnologia de adesivos subaquáticos, engenharia de tecidos, cirurgia, medicina dentária, entre outras.

Ambos os investigadores irão trabalhar no Hellenic Centre for Marine Research (HCMR) na Grécia, e ainda no Marine Scotland Science (MSS), na Escócia (Filipe Pereira) e no Helmholtz Center for Infection Research, na Alemanha (Alexandre Campos, membro da equipa).