Equipa do CIIMAR recolheu uma série de amostras que foram processadas para o estudo dos processos biogeoquímicos do azoto. (Foto: DR)

Uma equipa de investigadores do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto, composta por Catarina Magalhães e António Sousa, esteve recentemente a bordo do navio oceanográfico LANCE para participar num projeto de monitorização do Oceano Ártico

Os investigadores participaram nesta expedição ao Oceano Ártico no âmbito do projeto NitrOnIce. Este projeto, financiado pelo programa PROPOLAR e liderado pelo CIIMAR, enquadra-se num programa abrangente de monitorização do Ártico do governo norueguês, liderado pelo Instituto Polar Norueguês (NPI). O NitrOnice propõe-se investigar as comunidades microbianas e sua importância nos processos espaciais e temporais do ciclo do azoto e carbono neste ambiente extremo.

Durante esta campanha, que decorreu entre 12 e 18 de junho, a equipa do CIIMAR recolheu uma série de amostras que foram processadas a bordo para o estudo dos processos biogeoquímicos do azoto. “A nossa campanha teve início junto ao glaciar Kronebreen, perto de Ny-Ålesund, uma estação de investigação estabelecida pelo Instituto Norueguês Polar em 1966. Percorremos depois um transecto com o total de 10 estações, cobrindo a região junto ao glaciar, o fiorde e estações oceânicas, até chegarmos ao declive da plataforma continental. Em cada estação fizemos recolha de água para diversas análises biogeoquímicas e biológicas a diferentes profundidades da coluna de água”, explicam os investigadores no seu diário de bordo.

Ainda segundo os investigadores, “estas medições são importantes já que são estes os processos que vão produzir a forma de azoto necessária para o crescimento do fitoplâncton de quem está dependente toda a cadeia trófica do Ártico”.

Uma grande parte das amostras relativas às comunidades microbianas planctónicas foram preservadas a bordo para posterior isolamento do DNA ambiental e avaliação da diversidade e função das comunidades encontradas através de técnicas de metagenómica.

Este projeto conta com a colaboração do NPI e está a promover oportunidades para jovens investigadores desenvolverem a sua investigação nos ecossistemas Árticos.