As espinhas e cartilagens de peixe serão utilizadas para criar sensores óticos.

A Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) e o Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto (CIQUP) participam num projeto que vai permitir criar sensores óticos com espinhas e cartilagens de peixe. Estes elementos são compostos por glicosaminoglicanos (GAG), umas estruturas químicas flexíveis, capazes de adotar uma nova forma, em função dos materiais ou substâncias com as quais está em contacto. A partir daqui, pode variar no tamanho, geometria e outras características.

A forma que o GAG adquire pode ser “memorizada” e utilizada na construção de sensores óticos que vão permitir, em tempo real, indicar a presença e o teor de determinada substância, por exemplo, na água.

Os desperdícios são recolhidos na indústria pesqueira ou conserveira da região de Vigo, pelo Instituto de Investigações Marinhas (IIM-CSIC) de Vigo, parceiro na investigação. O projeto insere-se num plano de atividades do Centro Multipolar de Valorização de Recursos Marinhos, coordenado pela Universidade do Minho e com liderança da Universidade do Porto. É financiado pelo POCTEP – Programa de cooperação transfronteiriça Espanha-Portugal e prevê-se que termine em junho de 2020.