A identificação de padrões no comportamento das atletas e a sua relação com momentos do jogo, tais como remates, faltas e golos, pode ajudar os técnicos das equipas a melhorar o desempenho das jogadoras. (Foto: DR)

Uma equipa de investigadores do INESC TEC e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) está a utilizar ferramentas de inteligência artificial para analisar o comportamento das atletas que estão a disputar o Campeonato Europeu de Futebol Feminino, na Holanda. O objetivo é ajudar a melhorar o desempenho das equipas.

Investigadores da U.Porto analisam Europeu de Futebol feminino ao “raio x”

Através de algoritmos de aprendizagem automática (“machine learning”), os investigadores estão a calcular a probabilidade de ocorrência de um evento, como um remate ou golo, minutos antes de este acontecer.

A análise dos jogos recorre ainda a técnicas de extração de conhecimento de dados (“data mining”) que monitorizam as trajetórias das atletas e identificam padrões que relacionem o seu comportamento com eventos ocorridos durante o jogo e com o resultado final.

A identificação de padrões no comportamento das atletas e a sua relação com momentos do jogo, tais como remates, faltas e golos, pode ajudar os técnicos das equipas a melhorar o desempenho das jogadoras.

“A informação obtida será útil para identificar as diferenças entre os vencedores e as restantes equipas”, explica Carlos Soares, que é também professor na FEUP.

De acordo com o também investigador do INESC TEC Cláudio Sá, a vantagem da ferramenta reside no facto de ela conseguir “analisar, em tempo real, a posição e o comportamento de vários jogadores em simultâneo, bem como identificar padrões e medir até que ponto estes são confiáveis ou não”, algo que a olho nu não é possível.

Os dados estão a ser recolhidos pelas câmaras instaladas nos campos de futebol onde decorrem os jogos do Europeu, que iniciou a 16 de julho e termina a 6 de agosto, e no qual participa também a seleção de portuguesa de futebol feminino. Serão posteriormente entregues à Federação Holandesa de Futebol.

As competências desenvolvidas neste projeto podem vir a ser aplicadas a outras competições e a outros desportos.

Além do INESC TEC e da FEUP, participa no projeto a Universidade de Leiden, da Holanda (líder).