janssen_premios_300x200As investigadoras Cátia Pereira e Fátima Macedo, do grupo «Cell Activation & Gene Expression», do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, foram recentemente distinguidas com uma menção honrosa no ambito do Prémio Janssen Inovação 2016, com o projeto «A globotriaosilceramida, principal lípido acumulado na doença de Fabry, inibe a ativação das células iNKT».

Cátia Pereira explica os fundamentos do trabalho que apresentaram a concurso e que se enquadra na área da imunologia: «A nossa equipa interessa-se pelo estudo das células iNKT, um grupo de linfócitos T que são ativados por lípidos. Aquilo que demonstrámos foi que, para além dos lípidos que ativam estas células, existem outros que, por competição, são capazes de as inibir. Neste trabalho em específico, o lípido que identificamos como sendo inibitório foi a globotriaosilceramida, que está presente nas células em condições normais, mas cujos níveis estão elevados em células de pessoas com uma doença metabólica rara, designada Doença de Fabry”.

Ainda segundo a investigadora, “este trabalho poderá ter uma aplicação clínica, já que se modificarmos a quantidade de lípidos estimulantes em comparação com a quantidade de lípidos inibitórios, podemos modular a resposta das células iNKT, que se sabe estarem envolvidas em doenças autoimunes, infeções e cancro».

A atribuição desta menção honrosa, sublinha Cátia Pereira, «é muito importante porque vimos o nosso trabalho ser reconhecido e distinguido por ser inovador e com potencial aplicação clínica. Dá-nos motivação para continuar a realizar investigação básica, procurando sempre a sua tradução na clínica».

Fátima Macedo também não esconde a satisfação: «Foi com enorme agrado que recebi esta distinção que representa o reconhecimento pelo nosso trabalho científico realizado nos últimos anos».

O Prémio Janssen Inovação nasce de uma parceria entre a Janssen Portugal e a Universidade Católica Portuguesa e visa distinguir trabalhos científicos de excelência nas áreas de Doenças Metabólicas, Hemato-Oncologia, Imunologia, Infecciologia e Neurociências, desenvolvidos, total ou maioritariamente, em instituições portuguesas.

Sobre as investigadoras

Fátima Macedo começou sua carreira científica no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da U.Porto (IPATIMUP), hoje integrado no i3S, tendo depois seguido para a Universidade Loyola de Chicago para trabalhar em Imunologia tumoral. Doutorou-se em Imunologia, no âmbito do programa GABBA, no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), igualmente integrado no i3s, no ICBAS e na Universidade de Harvard e, em 2005, optou pela carreira docente a tempo integral como professora assistente na Instituto Piaget e, mais tarde, na Universidade de Aveiro (onde ainda trabalha a tempo parcial). Em 2011, no IBMC, conseguiu o seu primeiro projeto de investigação como investigadora principal. Atualmente é investigadora auxiliar no grupo do i3S «Cell Activation & Gene Expression». O seu trabalho centra-se no estudo das células T.

Cátia Pereira completou a sua licenciatura em Ciências Biomédicas, em 2009, na Universidade de Aveiro. No mesmo ano, entrou para o IBMC para desenvolver a sua tese de mestrado em Biologia Aplicada e, em 2016, completou o doutoramento em Ciências Biomédicas. Atualmente, é investigadora pós-Doc no grupo do i3S «Cell Activation & Gene Expression» e o seu trabalho centra-se na ativação e regulação de células T específica em lípidos, no contexto das doenças lisossomais de sobrecarga.