O projeto da equipa liderada por Joana Paredes incide sobre o tratamento do cancro da mama “triplo-negativo”, uma das formas mais agressivas do tumor.

Joana Paredes, investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), é uma das vencedoras das Bolsas da Associação Laço 2014. O trabalho da cientista incide sobre um tipo de cancro de mama, designado “triplo-negativo”, uma das formas mais agressivas do tumor.

Atribuída pelo segundo ano e com o valor pecuniário de 25 mil euros, a Bolsa da Laço visa incentivar a ciência a fazer novas descobertas que ajudem a encontrar as causas do cancro da mama e a diminuir a sua incidência, assim como a estudar os mecanismos que desencadeiam as metástases desse tipo de cancro.

O projeto da equipa de investigação do IPATIMUP liderada por Joana Paredes propõe-se a validar a utilização de um fármaco, já aprovado pela FDA, para o tratamento de outras neoplasias, no tratamento do cancro da mama “triplo-negativo”. Resultados preliminares obtidos pelo grupo demonstram que este novo tratamento pode ter sucesso em mais de metade destes cancros, uma vez que expressam um biomarcador que permitirá a seleção das doentes que potencialmente beneficiarão desta terapia.

O “triplo-negativo” é um tumor que tende a crescer rapidamente, tendo também maior capacidade de gerar metástases e de voltar a aparecer, estando frequentemente associados a um mau prognóstico para as doentes. A validação da terapêutica apresentada pela equipa de Joana Paredes permitirá oferecer uma nova ferramenta a ser usada no tratamento deste tipo de cancro, o que poderá ajudar a melhorar o prognóstico das doentes.

Diana Gaspar, do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foi a outra vencedora do ano. O projeto de investigação da equipa que lidera incide sobre as metástases no cérebro, muito frequentes em doentes com cancro da mama, estudando a forma como as células de um cancro inicialmente confinado à mama conseguem passar pela corrente sanguínea, misturar-se com as células saudáveis presentes no cérebro e aí proliferar dando origem a metástases cerebrais.

O júri do concurso foi presidido por Maria Carmo-Fonseca, investigadora na área da biomedicina, diretora no Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e da Harvard Medical School-Portugal Program e Visiting Professor na Harvard Medical School. O painel contou, ainda, com Manuel António Rodrigues Teixeira,  Presidente da Sociedade Portuguesa de Genética Humana e Director do Serviço de Genética e do Centro de Investigação do Instituto Português de Oncologia do Porto; Mónica Bettencourt Dias, Group Leader do Instituto de Gulbenkian de Ciência; Raquel Seruca, Vice-Presidente do IPATIMUP e coordenadora científica do Grupo da Genética do Cancro e Sérgio Dias, Group Leaderdo Instituto de Medicina Molecular.