Complexo de campos de refugiados de Dadaab

Maria Neto vai passar mais de dois meses no Quénia a estudar o complexo de campos de refugiados de Dadaab. (Foto: UNHCR)

A arquiteta Maria Neto, investigadora do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP), venceu a 11ª. edição do Prémio Fernando Távora com um projeto que a vai levar ao Quénia para estudar o maior complexo de campos de refugiados do mundo.

O júri considerou que a proposta de viagem – intitulada ‘As cidades invisíveis de Dadaab‘ – de Maria Neto para estudar cinco campos de refugiados na cidade queniana de Dadaab, durante mais de dois meses, “se distingue por remeter para a própria essência da arquitectura: o abrigo”.

Maria Neto, Prémio Fernando Távora 2016

Maria Neto, é investigadora do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (CEAU-FAUP). (Foto: DR)

De acordo com Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), que administra o campo, o complexo de campos de refugiados de Dadaab é o maior no mundo e é ocupado essencialmente por somalis que, há mais de 20 anos, fogem da guerra civil e da fome no seu país.

Maria Neto, nascida em 1986, vai usar a viagem para complementar a investigação para o seu doutoramento intitulada ‘Territórios indefinidos no dilema da acção humanitária. Posicionamento crítico do arquitecto na delineação de estratégias de Abrigo e Planeamento de Emergência’.

O resultado d”As cidades invisíveis de Dadaab’ serão apresentados numa conferência na Câmara Municipal de Matosinhos a 3 de outubro, Dia Mundial da Arquitectura, altura em que será lançada a 12.ª edição do Prémio. Para 2017, está previsto o lançamento de um livro com os resultados do trabalho desenvolvido no âmbito da viagem a Dadaab.

Organizado pela Ordem dos Arquitectos  – Secção Regional do Norte da (OASRN), pela Câmara Municipal de Matosinhos e pela Casa da Arquitectura, o Prémio Fernando Távora consiste numa bolsa de viagem no valor de seis mil euros e é atribuído anualmente a arquitetos membros da Ordem dos Arquitectos. O Júri da edição deste ano foi presidido pela coreógrafa Olga Roriz e constituído pelos arquitectos Daniel Couto, Inês Lobo (indicada pela Casa da Arquitectura), Cláudia Costa Santos (em representação da OASRN) e Maria José Távora, designada pela família do Arquitecto Fernando Távora.

Em edições anteriores, venceram o Prémio, entre outros, os antigos estudantes da FAUP Maria Moita, Sidh Mendiratta, Paulo Moreira e André Tavares, e a investigadora do CEAU-FAUP, Susana Ventura.