inanoE

A equipa de investigadores da FCUP que constitui a startup inanoE: André Pereira, João Ventura, Joel Puga e Mariana Proença.

O primeiro contacto com o ESA BIC aconteceu depois da participação da inanoE no iUP25k e da consequente integração da equipa na escola de startups do UPTEC. A inovadora tecnologia de microgeradores capazes de aproveitar energia valeu à equipa de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) a seleção para integrar o ESA BIC Portugal, programa que pretende trazer para Terra tecnologia utilizada no espaço.

“Temos vindo a utilizar alguma desta tecnologia na produção dos nossos geradores termoeléctricos e piezoeléctricos, daí o nosso interesse em participar no concurso”, refere Joel Puga, um dos inventores. Além do valor monetário, a equipa terá agora a oportunidade de integrar o polo do Porto do centro de incubação ESA BIC em Portugal, com acesso a uma valiosa rede de assessoria e mentoring. É, por isso, um reconhecimento muito importante para o trabalho da equipa, “dando a possibilidade de continuar a trabalhar de forma sustentada neste projeto, desenvolver produtos e trazê-los para o mercado”, refere Joel Puga.

É o merecido reconhecimento de mais de dois anos de investigação feita por quatro cientistas no Instituto de Física dos Materiais da Universidade do Porto (IFIMUP-IN): André Pereira, João Ventura, Joel Puga e Mariana Proença. A equipa, cuja formação vai desde a Física à Engenharia de Materiais e da qual fazem parte dois professores da FCUP (André Pereira e João Ventura), desenvolveu microgeradores capazes de converter energia mecânica e térmica em energia elétrica, utilizável para alimentar os mais variados componentes eletrónicos. O principal objetivo da tecnologia? Aproveitar energia, que de outra maneira seria desperdiçada, convertendo-a “em energia elétrica útil de muito baixo custo que pode ser aproveitada para alimentar diversos componentes eletrónicos”, explica Joel Puga.

As vantagens são muitas. Por serem equipamentos constituídos por micro e nanomateriais, os geradores desenvolvidos pela inanoE são altamente eficientes mas também leves, finos e flexíveis podendo, por exemplo, ser acoplados a telemóveis ou tablets e aumentar a autonomia das baterias dos mesmos, “reaproveitando a energia dissipada na forma de calor e movimento”, explica o investigador. Além disso, os geradores são extremamente versáteis e podem ser incorporados em diversas áreas da indústria tradicional: “Podem ser utilizados em zonas de elevada dissipação de energia térmica e permitir o reaproveitamento desta e uma acentuada redução da fatura energética”, refere.

Em 2014, a inovadora tecnologia levou a inanoE até aos 10 finalistas do iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto. “Foi onde tudo começou. O iUP25k foi um passo crucial para o desenvolvimento e validação da ideia e do modelo de negócio”, conta Joel Puga. Ainda nesse ano representaram a Universidade do Porto no concurso IDEUP, um programa que visa a promoção das melhores ideias inovadoras orientadas para o empreendedorismo dos universitários da Ibero-América. Enquadrada no SPIN 2014 da RedEmprendia (a maior rede de universidades ibero-americanas), esta viagem ao México, como conta João Ventura, foi uma oportunidade para “amadurecer os conceitos de empreendedorismo, modelos de negócio e prototipagem”.

startup inanoE está atualmente incubada no UPTEC e a dar os primeiros passos para se constituir formalmente como uma empresa. Procura parcerias estratégicas com empresas já estabelecidas nesta área tecnológica para continuar a desenvolver os seus produtos, “resolver os problemas dos clientes e chegar mais rapidamente ao mercado”, concluem os promotores.