A ilha flutuante de cortiça e plantas está a ser testada na marina do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões (Foto: José Teixeira)

Um grupo de investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) do qual fazem parte Cristina Calheiros, Ana Paula Mucha e Marisa Almeida, estão a desenvolver um sistema inovador de remoção de poluentes da água salgada, constituído por uma “ilha flutuante” de cortiça e plantas.

O projecto pioneiro, cujo protótipo está instalado na marina do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões (APDL) em Matosinhos, pretende melhorar a qualidade da água, reabilitar os ecossistemas e promover a biodiversidade local.

É a primeira vez que um sistema deste género é aplicado numa marina, local geralmente caracterizado por uma elevada salinidade e pela presença de diversos contaminantes derivados do tráfego marítimo, como hidrocarbonetos e metais pesados, bem como por outras condições, como as tempestades e as oscilações.

A plataforma, em fase de testes há cerca de cinco meses, foi desenvolvida pelas empresas Bluemater e Amorim Cork Composites, tratando-se de uma solução de engenharia inspirada na natureza, que imita os processos físico-químicos e biológicos que ocorrem naturalmente para depuração da água, através da acção das raízes das plantas e dos processos microbiológicos associados.

Os resultados obtidos até à data são bastante promissores e mostram uma boa adaptação das plantas, estando estas a sobreviver e a desenvolverem-se. Prevê-se que toda a plataforma de cortiça fique coberta de vegetação, promovendo a biodiversidade e potenciando vários benefícios que este ecossistema providencia, possibilitando o alargamento do projecto para outras marinas. O desenvolvimento destas soluções está alinhado com os objectivos para o desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.