Os tumores cerebrais são a segunda causa mais comum de cancro em crianças com menos de 15 anos, depois da leucemia. (Foto: DR)

O projeto «Implementação de biomarcadores moleculares para medicina de precisão em doentes com tumores cerebrais pediátricos», liderado pelo investigador Jorge Lima, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S)/Ipatimup, foi distinguido com a “Bolsa de Investigação Médica Lions – Núcleo Regional do Norte da LPCC na Área do Cancro Pediátrico”,  no valor de 10 mil euros, atribuída pelo Lions Clube Distrito 115 Centro-Norte, em parceria com o Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC),

Os tumores cerebrais pediátricos são os tumores sólidos mais comuns e a segunda principal causa de morte devido ao cancro na infância. Assim, como noutros tipos de tumores, a descoberta de marcadores moleculares em tumores cerebrais pediátricos constitui um contributo fundamental para a melhoria do acompanhamento clínico destes doentes, nomeadamente para o diagnóstico, prognóstico e seleção terapêutica.

Foi com estes pressupostos em mente que  investigadores do i3S e o Centro Hospitalar S. João colaboraram na caracterização molecular de tumores cerebrais pediátricos. Este trabalho conjunto já permitiu «produzir resultados de testes moleculares para nove doentes, quatro dos quais foram positivos para alterações do gene BRAF, podendo por isso ser elegíveis para terapia direcionada», explica o investigador Jorge Lima.

A bolsa foi entregue durante a Convenção Nacional do DM115, que decorreu em finais de abril, em Braga. (Foto: DR)

Em concreto, continua Jorge Lima, «esperamos que estes testes ofereçam oportunidades terapêuticas adicionais a doentes pediátricos, uma vez que irão revelar alvos terapêuticos que de outra forma não seriam detetados». Este financiamento, sublinha o investigador, poderá «contribuir significativamente para aumentar a sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes com tumores cerebrais pediátricos».

O financiamento obtido para o projeto, que conta ainda com a participação dos investigadores do i3S Paula Soares e José Carlos Machado, dos patologistas do Centro Hospitalar S. João, Roberto Pestana Silva e José Manuel Lopes, e da oncologista pediátrica Maria João Gil-da-Costa, do mesmo Centro Hospitalar, permitirá alargar a oferta de testes moleculares específicos para doentes com tumores cerebrais pediátricos, com o objetivo de aumentar o número de doentes que podem beneficiar destes testes.