Depois de José Marques da Silva, Fernando Távora ou Alcino Soutinho, a Fundação Instituto José Marques da Silva (FIMS) volta a acolher mais um importante acervo que ajuda a “contar” a história da arquitetura portuguesa contemporânea. A Doação do Acervo do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira será formalizada no próximo dia 20 de dezembro, na Casa-Atelier José Marques da Silva, numa sessão que contará com a participação, entre outros, do arquiteto e primeiro Pritzker português, Álvaro Siza Vieira.

Natural de Lisboa, mas com raízes profundamente ligadas a Trás-os-Montes, Alfredo Matos Ferreira (1928-2015) formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto – antecessora da Faculdade de Arquitectura da U.Porto (FAUP) -, onde foi colega de Alberto Neves, António Menéres, Álvaro Siza, Luís Botelho Dias e Joaquim Sampaio, entre outros membros do grupo que ficou conhecido como amigos da “sala 35” da Praça da Liberdade. Mais tarde, colaborou com Arménio Losa (1971-1972) e foi, durante uma década (1972-1982), sócio de Fernando Távora.

Com um percurso arquitetónico que se estende por mais de 50 anos, é autor de obra importante, mas pouco conhecida, no quadro da produção arquitetónica portuguesa da segunda metade do século XX. No seu arquivo reúne-se acervo patrimonial-artístico de assinalável valor documental de uma época, de uma geração e, mais particularmente, do seu exercício de arquiteco: desenho, modelo, fotografia, filme.

A doação do acervo de Alfredo Matos Ferreira, por parte da família do arquiteto, será formalizada na Casa-Atelier José Marques da Silva, numa sessão que contará com a participação dos arquitetos Álvaro Siza, António Menéres, Sergio Fernandez e do advogado Mário Brochado Coelho. Em representação dos herdeiros estará a neta e designer Joana Matos Ferreira de Sá, e pela FIMS, a Presidente do Conselho de Administração e Vice-Reitora da U.Porto com o pelouro da Cultura, Maria de Fátima Marinho.

Durante a sessão vai ser também inaugurada a exposição-instalação “Terra D´Alva”, que se manterá patente ao público até 15 de fevereiro de 2017. O encerramento desta exposição será assinalado, a 13 de fevereiro, com o lançamento de “Memória”, uma publicação que associa textos da autoria do próprio Matos Ferreira e textos de apresentação assinados por Álvaro Siza, Sérgio Fernandez, Vítor Oliveira e Manuel Mendes, coordenador do projeto editorial e do ciclo de ações “Terra D´Alva”.

A sessão tem início às 18h00. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço. Mais informações aqui.

Sobre a Fundação Instituto José Marques da Silva

Instituída pela Universidade do Porto em 2009, a Fundação Instituto José Marques da Silva (FIMS) tem como missão a promoção científica, cultural, formativa e artística – designadamente a classificação, preservação, conservação, investigação, estudo e divulgação – de todo o património artístico e arquitetónico do arquiteto José Marques da Silva. Complementarmente, é responsável pelo acolhimento ou incorporação de outros fundos ou unidades documentais relativos à arquitetura e ao urbanismo portuense e português. Entre estes contam-se os acervos pessoais de grandes nomes da arquitetura portuguesa como Maria José Marques da Silva Martins, David Moreira da Silva, Fernando Távora ou Alcino Soutinho.