Projetos arrancam em julho e centram-se em áreas fundamentais da medicina atual como o cancro da mama e as doenças cardiovasculares.

Depois de ter sido anunciado que a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) arrecadou 400 mil euros para um projeto Sénior liderado por Alexandra Gonçalves, investigadora da Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular da FMUP e médica cardiologista no Centro Hospitalar São João, sabe-se agora que outros dois investigadores desta Faculdade foram distinguidos com duas bolsas Júnior. Em suma: as três bolsas atribuídas este ano pelo Programa Harvard Medical School Portugal foram todas ganhas por investigadores da FMUP.

Francisco Beça, docente e investigador do Departamento de Patologia e Oncologia da FMUP, angariou 200 mil euros para financiar um projeto na área do cancro da mama, que possibilitará ao jovem médico desenvolver a sua investigação, nos próximos dois anos, no Dana-Farber Cancer Institute, sob a tutela de Kornelia Polyak, uma das mais proeminentes figuras da Ciência na área do cancro, a nível mundial. O projeto vai incidir sobre o estudo da heterogeneidade tumoral e as possíveis formas de melhorar os tratamentos disponíveis.

Mário Santos, investigador do Departamento de Fisiologia e Cirurgia Cardiotorácica da FMUP e médico cardiologista do Centro Hospitalar do Porto, venceu uma bolsa no valor de 140 mil euros, para o projeto com o título “O impacto do exercício de alta intensidade em doentes com cardiopatia isquémica – um ensaio clínico randomizado”. Esta investigação pretende avaliar o impacto cardiovascular e compreender os mecanismos subjacentes a diferentes programas de exercício físico em doentes que tiveram um enfarte agudo do miocárdio. O projeto será desenvolvido no Serviço de Cardiologia do Hospital Santo António (Centro Hospitalar do Porto) com a colaboração do Departamento de Fisiologia e Cirurgia Cardiotorácica da FMUP.

Recorde-se que o trabalho liderado por Alexandra Gonçalves (na foto principal), intitulado “Regurgitação paravalvular aórtica após implantação de válvula aórtica transcateter, como melhorar os resultados?”, obteve a nota “excelente” em todos os critérios avaliados pela Fundação da Ciência e Tecnologia. A cardiologista deverá passar dois anos na Harvard Medical School para desenvolver conhecimentos em investigação clínica e imagem cardiovascular na Unidade de Imagem do Brigham and Women’s Hospital e implementar o projeto de investigação conjunto entre a FMUP e a Harvard Medical School, versando as modalidades avançadas de tratamento da estenose aórtica, uma temática alvo da maior atenção da comunidade cardiológica Internacional.

O acordo de cooperação entre Portugal e a Harvard Medical School, assinado pelo Governo de Portugal, tem como objetivo a modernização e a melhoria da qualidade da medicinaem Portugal. Pretende desenvolver, dinamizar e estimular a internacionalização e a cooperação entre as Faculdades de Medicina e de ciências médicas e os principais laboratórios e centros de investigação na área das ciências da saúde, procurando em particular uma ligação efetiva entre os projetos a desenvolver e as equipas e estrutura da Harvard Medical School.