Em Portugal, por ano, cerca de 850 bebés nascem prematuramente. (Foto:GoogleImages)

Em Portugal, por ano, há cerca de 850 casos de nascimentos de bebés prematuros, que em 2011 representaram 63% da mortalidade neonatal. De forma a travar estes números surgiu um projeto europeu de investigação no qual Portugal se encontra representado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e o Instituto de Saúde Pública da U.Porto (ISPUP).

O projeto, promovido pela Comissão Europeia, denomina-se de EPICE (Effective Perinatal Intensive Care in Europe) e foi desenhado não só com o objetivo de compreender melhor a epidemiologia das interrupções médicas da gravidez, da mortalidade fetal e dos nascimentos entre as 22 e as 31 semanas de gestação, como ainda contribuir para aumentar a sobrevivência e promover a saúde e a qualidade de vida destes recém-nascidos.

Apesar dos extraordinários avanços verificados nos últimos anos, foram identificadas diferenças geográficas nas práticas clínicas dirigidas a recém-nascidos muito pré-termo, que podem sugerir ou resultar em desigualdades ultrapassáveis. Assim, os dados obtidos constituem um valor científico incalculável, sendo úteis para retratar a realidade da extrema prematuridade em Portugal.

A investigação teve início em janeiro de 2011, mas vai prolongar-se até ao mesmo mês de 2016. De momento, encontra-se a decorrer a primeira fase de seguimento dos bebés até um ano de idade e, posteriormente, será efetuada uma nova reavaliação aos dois anos de idade.

O projeto EPICE abrange 11 países da União Europeia e, em Portugal, é coordenado por Henrique Barros, docente da FMUP e do ISPUP. Integram ainda o projeto todas as unidades de obstetrícia e neonatologia da Região Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, regiões essas que abrangem mais de 62000 partos, aproximadamente dois terços dos recém-nascidos muito pré-termo em Portugal.