Luandino Vieira

Português de nascimento, Luandino Vieira lutou pela independência de Angola e, em 2006 recusou receber o Prémio Camões. (Foto: DR)

Vai ter lugar nos próximos dias 10 e 11 de novembro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), o Colóquio “De Luuanda (1964) a Luandino (2014): veredas”, que pretende assinalar o cinquentenário da publicação de Luuanda, de José Luandino Vieira.

O encontro irá reunir na FLUP cerca de três dezenas de especialistas em literaturas e culturas africanas de língua portuguesa, provenientes de países como Portugal, Angola, Brasil, Espanha, Itália, Suécia e Polónia.

Diálogo simultaneamente internacional, interdisciplinar e intergeracional, o colóquio prevê ainda uma série de homenagens ao autor (ver programa), que nasceu em Ourém, lutou pela independência de Angola, esteve preso no Tarrafal, e em 2006 recusou, por razões pessoais, o maior galardão literário da língua portuguesa: o Prémio Camões.

Como explica Francisco Topa, da comissão organizadora, esta iniciativa constitui um esforço de “cicatrização definitiva” dessa “memória ferida de Luuanda” que Ana Paula Tavares evocava num dos seus poemas. Segundo o Professor da FLUP, “há pelo menos duas boas razões para o fazer, embora uma delas não seja agradável: o facto de se tratar de uma obra superior que dá um passo decisivo no processo de construção da literatura angolana e que, por isso mesmo, se tornou um clássico, não apenas dessa literatura, mas das literaturas em língua portuguesa; a triste circunstância de ter sofrido, ela e o seu autor, um dos processos mais nefandos da nossa – lusa e angolana – moderna história literária”.

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