O objetivo do exercício passa por testar redes de veículos marítimos não tripulados em operações de guerra de minas, proteção portuária, conhecimento ambiental, busca e salvamento.

Qual a viabilidade de se usarem veículos marítimos não tripulados em operações de guerra ou de busca e salvamento? São cenários como estes que estão a ser testados  durante o exercício Recognized Environmental Picture (REP) Atlantic 2014 (REP14-Atlântico), uma iniciativa conjunta da Marinha, do NATO Centre for Maritime Research and Experimentation (CMRE) e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que vai decorrer até ao dia 24 de julho, nas áreas marítimas a sul de Sesimbra e de Sines.

No REP 14-Atlântico irão ser operados diversos veículos autónomos, nomeadamente veículos autónomos de superfície (ASVS), veículos autónomos submarinos (AUV) e veículos aéreos não tripulados (UAV), equipados com diferentes sensores acústicos, bem como diversos equipamentos de comunicações a partir de navios da Marinha Portuguesa, nomeadamente o NRP Pégaso, o NRP Auriga e o submarino NRP Arpão, bem como do navio de investigação da NATO, o NRV Alliance.

Este ano, o exercício, que teve início a 7 de julho a partir da Base Naval de Lisboa, tem o objetivo de testar redes de veículos marítimos não tripulados em operações de guerra de minas, proteção portuária, conhecimento ambiental, busca e salvamento. Também participam neste exercício a Universidade de Roma, a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, o Real Instituto de Tecnologia da Suécia, várias instituições americanas de investigação e as empresas EvoLogics (Alemanha) e Oceanscan (Portugal).

Através do REP14-Atlântico pretende-se que todos os parceiros colaborem em projetos de investigação relativos a comunicações submarinas, redes DTN (delay tolerante networking), interoperabilidade de sistemas e veículos.

A Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na Marinha têm como objetivo o desenvolvimento de um quadro de parcerias com universidades, instituições científicas e tecnológicas e com a indústria de modo a apoiar e receber apoio através de soluções industriais e técnicas para o cumprimento das suas missões. O CMRE NATO (Centro de Investigação e Experimentação Marítima) é um órgão executivo da Organização de Ciência e Tecnologia da NATO. Localizado em La Spezia, Itália, o centro concentra-se em pesquisa, inovação em áreas como as contramedidas de guerra de minas, na proteção portuária, na guerra anti-submarina, na modelagem e simulação, desenvolvimento do quadro operacional comum, componente marítima em operações expedicionárias, e na mitigação de riscos para os mamíferos marinhos.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto participa neste exercício por meio do Laboratório de Sistemas e Tecnologias Subaquáticas (LSTS). O LSTS tem sido o responsável pela conceção, construção e operação de veículos autónomos não-tripulados (superfície, submarinos e aéreos) em operações em rede. As aplicações incluem pesquisas de oceanografia, biologia, segurança, defesa e ambientais. O LSTS já realizou operações com veículos autónomos (superfície, submarinos e aéreos) em operações inovadoras nos oceanos Atlântico e Pacífico, bem como no Mediterrâneo e mar Adriático. O LSTS tem vindo a organizar, em colaboração com a Marinha Portuguesa, o exercício anual REP desde 2010.