Programa de exercício físico para doentes com Alzheimer. (Fotos: FADEUP)

A FADEUP vai acolher a partir de setembro deste ano um programa de exercício físico orientado para doentes com Alzheimer. (Foto: FADEUP)

Um conjunto de estudos desenvolvidos por investigadoras do Centro de investigação em Atividade Física e Saúde da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (CIAFEL) permitiram concluir que a prática de exercício pode ajudar os doentes de Alzheimer a manter a sua autonomia nas atividades do dia-a-dia.

Um dos projetos, intitulado “Exercício Físico, capacidade cognitiva, capacidade funcional e qualidade de vida de idosos com Alzheimer”, arrancou em 2012 e começou por envolver um grupo de 30 doentes num programa de atividades onde treinaram a força, o equilíbrio e a flexibilidade. Numa segunda fase, o estudo foi alargado a pessoas com diferentes tipos de demências, com as quais foram trabalhadas vertentes como a capacidade funcional.

Em declaração à Agência Lusa, Arnaldina Sampaio, investigadora do CIAFEL a frequentar o Programa de Doutoramento em Atividade Física e Saúde da FADEUP, explica que “o objetivo passou por permitir aos doentes preservar e manter as capacidades do dia-a-dia, como vestirem-se sozinhos e ter força e equilíbrio suficiente para levantar e andar sem auxílio e de forma autónoma”. Ao mesmo tempo procurou-se trabalhar os sintomas neuro-psiquiátricos (apatia e alucinações, por exemplo) que levam os doentes a ser institucionalizados pelos seus cuidadores.

Este projeto está ligado ao programa “Comunitário mais ativo, mais vivido“, que fornece a idosos com mais de 65 anos, aulas de exercício físico, duas a cinco vezes por semana, para trabalhar diferentes aspetos físicos e sociais, nas instalações da FADEUP. Neste caso, procura-se servir três propósitos: a “investigação, a formação dos estudantes (que trabalham com os idosos durante um ano), bem como servir a comunidade”, esclarece Joana Carvalho, responsável pelo programa, professora e investigadora da FADEUP.

Em ambos os projetos, as duas investigadoras verificam que a prática de exercício físico pode ser importante na estabilização, mesmo que transitória, do declínio clínico e funcional dos participantes. Uma constatação que vai ser posta à prova, a partir de setembro, através da dinamização de um programa de exercício físico destinado especificamente a doentes com Alzheimer que ainda residam em suas casas e para os seus cuidadores, a decorrer nas instalações da FADEUP.