vacina

Maiores intervalos de tempo entre reforços vacinais de adultos, de forma a combater doenças como o tétano ou a diferia, com menos efeitos adversos. Esta é uma das recomendações de um estudo que contou com a participação de dois investigadores da Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica (UMIB), com sede no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade  do Porto (ICBAS), e que constam do novo Programa Nacional de Vacinação (PVN), em vigor a partir de 2017.

Publicado na revista internacional BMC Public Health, o artigo denominado “Levels of diphtheria and tetanus specific IgG of Portuguese adult women, before and after vaccination with adult type Td. Duration of immunity following vaccination” descreve um estudo em mulheres portuguesas adultas, nascidas antes e depois de iniciado o Programa Nacional de Vacinação (PNV), resultando em recomendações diferentes para umas e outras. Isto é particularmente evidentes nas mulheres com mais de 70 anos. Embora a duração da imunidade pareça ser mais longa do que 10 anos, a prioridade será de abranger o maior número de mulheres nessas condições, colmatando as falhas existentes.

Através deste estudo, a equipa de investigação liderada por Guilherme Gonçalves, Professor Associado do ICBAS, e que envolveu ainda João Frade (UMIB) e cientistas do Instituto Ricardo Jorge e da Faculdade de Medicina de Coimbra, forneceu evidência científica adequada à adoção de medidas na população portuguesa. Por sua vez, os achados eram consistentes com os de outros estudos internacionais, o que é relevante para a fundamentação de medidas de promoção da Saúde Pública.

É essa melhoria que se pretende então implementar no “novo” PNV , cujo sucesso está na origem dos elevados níveis de imunidade contra o tétano, observados naquele estudo, e das alterações à cronologia recomendada, tal como a que estará em vigor a partir do próximo ano. Entre as mudanças anunciadas em junho pelo Diretor-geral da Saúde inclui-se ainda a introdução de novas vacinas mais modernas, mudanças na utilização de vacinas já em uso e alterações ao anterior calendário vacinal, onde se verificava um maior espaçamento entre as doses de reforço da vacina contra o tétano, administrada a adultos.

Estas alterações vêm salientar a importância das recomendações de intervenções sustentadas em prova científica válida, tornando-se um exemplo paradigmático da “Saúde Pública baseada na Evidência”.