Equipa ficou classificada na segunda posição da Imagine Cup (foto: D.R.)

A representar a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) estavam Inês Machado Vaz e Tiago Fernandes, estudantes de Engenharia Eletrotécnica e de Informática. Do lado do Instituto Superior Técnico (IST) Gabriel Mira Godinho Cruz, de Eletrotecnia e Jorge Palma, de Informática. Juntos formam a equipa de trabalho por detrás da Glück, uma aplicação que conquistou o segundo lugar na final nacional da 11ª edição da Imagine Cup, a maior competição tecnológica a nível mundial, promovida pela Microsoft.

A Glück consiste numa aplicação que monitoriza e analisa os níveis de glicose do sangue de portadores de diabetes tipo I e II. Aliada a um sensor intracutâneo e a um transmissor de sinal que lê os níveis de glucose nos pacientes e transmite os dados à aplicação, a Glück é capaz de ler e processar esses dados em tempo real.

Cerca de seis meses foram suficientes para conceber e executar esta ideia, que surgiu naturalmente fruto da necessidade: um familiar de um dos elementos da equipa sofre de diabetes. A equipa não descurou nenhuma fase do processo – desde a fase de ideia até à execução final, passaram por toda a conceção, investigação, desenvolvimento do conceito de negócio e mesmo testes com possíveis utilizadores.

A diabetes é um problema que afecta milhões de pessoas e, de acordo com a World Health Organization (WHO), é uma das doenças que mais danos causa aos sistemas de saúde a nível mundial pelos elevados custos que comporta. A equipa acredita que com a Glück é possível melhorar significativamente a qualidade de vida dos diabéticos. A apresentação do projeto na Imagine Cup foi realizada, não só pelo desafio, como pela potencial visibilidade mundial. Um concurso com esta dimensão pode dar a um projeto desta natureza, uma vez que se pode avançar mais em termos de investigação e desenvolvimento, a equipa da Glück vai ter que garantir apoios financeiros.

Todos os elementos do grupo são unânimes em considerar esta experiência como “uma das melhores” que já viveram, até pela oportunidade de contactar com profissionais com grande experiência técnica e visão de futuro, que ajudam a melhorar o projeto, a par do networking realizado com os membros das outras equipas. Apesar de não terem sido selecionados para a semifinal mundial, os criadores da Glück não vão parar por aqui: “Acreditamos que o Glück é um projeto que poderá melhorar a vida das pessoas de forma muito significativa. Portanto, durante os próximos meses vamos continuar a evoluir a ideia, prosseguir a investigação para desenvolver os nossos próprios sensores e tentar estabelecer esta tecnologia no mercado, possivelmente através de investimento na ideia”, contam.

Para competir na semifinal mundial da Imagine Cup foram selecionados o projeto que conquistou o primeiro lugar da competição, Nuada, da categoria cidadania e o SocketHive, que conquistou o terceiro lugar geral e integra a categoria inovação. Nuada consiste numa luva tecnológica, desenhada por estudantes da Universidade da Beira Interior e do ISCTE, feita a pensar em pessoas com limitações físicas nas mãos. Já o SocketHive consiste num projeto de estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Nova de Lisboa que visa ajudar famílias de todo o mundo a reduzir o consumo de energia elétrica.