João Coelho acredita que o Quadcopter Rescuer poderá vir a ser uma grande ajuda para os nadadores salvadores. (foto: DR)

Imagine-se uma espécie de INEM voador capaz de sobrevoar as praias com a missão de garantir a segurança dos banhistas. É essa a versão resumida da ideia que valeu a João Coelho, antigo estudante do Mestrado Integrado em Engenharia Informática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a vitória na categoria “Entretenimento, Desporto, Turismo e Cultura” do Prémio Desafio Mar, uma iniciativa da PT que pretende identificar e distinguir as propostas com os projetos mais inovadores.

“Na vida, todos os segundos contam”, vê-se no vídeo de apresentação do Quadcopter Rescuer (QR). E é por isto mesmo que esta ideia surge para cumprir dois objetivos cruciais: o aumento significativo da probabilidade de sobrevivência de um náufrago e o aumento do sentimento de segurança dos banhistas.

Para dar corpo ao QR, João juntou-se a Catarina Pereira e José Xavier, ambos também alumni da FEUP, e juntos analisaram os problemas e as necessidades decorrentes das atividades de socorro e vigilância nas praias. No caminho, depararam-se com uma oportunidade de negócio: uma solução de apoio ao salvamento de náufragos e à garantia da sua sobrevivência e segurança dos nadadores salvadores.

O que acontece atualmente é que sempre que um banhista se encontre em risco de afogamento, o salvamento depende exclusivamente do nadador-salvador,e/ou de outros banhistas que se encontrem no local e arrisquem as suas próprias vidas. Com a solução desenvolvida na FEUP, o tempo de execução na intervenção diminui, já que o equipamento tem como principal potencialidade o transporte rápido de uma bóia salva-vidas até ao náufrago, garantindo uma intervenção de socorro imediata. A utilização do QR equipamento não invalida, porém, a intervenção do nadador-salvador; ele funciona antes como um importante complemento.

Aliado à intervenção direta nos salvamentos, o QR possui uma forte vertente de vigilância que pode ser usada como meio de prevenção de incidentes e de riscos de afogamento, permitindo aos nadadores salvadores uma maior visibilidade de toda a área concessionada (com serviço de socorros a náufragos).

O mercado de aplicação do QR é muito vasto, podendo ser implementado tanto a nível nacional como internacional e em vários contextos – praias marítimas e praias de águas fluviais e lacustres, socorros a náufragos em alto mar, cruzeiros e estâncias turísticas, etc. O produto tem por isso um grande potencial de implementação. Por agora, os planos da equipa passam por melhorar e finalizar o produto (conta já com sete meses de desenvolvimento) e avançar para a sua comercialização.

Ainda na “ressaca da vitória no Desafio do Mar, João enfatiza a importância da FEUP no desenvolvimento da ideia. “Ajudou-nos em vários aspetos. Dois dos três elementos da equipa conheceram-se enquanto ainda eram estudantes na faculdade. Além do mais, todos os conhecimentos de electrónica e programação são lecionados nos cursos da FEUP, o que nos permitiu exercitar este tipo de conceitos. A FEUP também possui uma boa infraestrutua (instalações e equipamentos) que nos deu estabilidade e margem para consolidarmos matérias que agora aplicamos neste projeto”, aponta o estudante.

O que é o Desafio Mar?

Promovido pela PT Comunicações S.A e pela TMN, em parceria com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), Price Waterhouse Coopers (PwC) e Vieira de Almeida, oDesafio Mar by Talento com Fibra” é uma iniciativa que pretende identificar e distinguir as propostas mais inovadoras, exequíveis e com maior potencial para o crescimento diferenciado da economia do Mar em Portugal, geradas em contexto académico. A edição deste ano contou com masi de 500 propostas, da quais resulto uu mgrupo final de 16 finalistas nas três categorias a concurso: “Entretenimento, Desporto, Turismo e Cultura”; “Novos Usos e Recursos do Mar” e “Pesca, Aquicultura e Indústria”.