Redes de emalhar e/ou tresmalho e covos, têm uma maior probabilidade de realizar “pesca fantasma”

Redes de emalhar e/ou tresmalho e covos têm uma maior probabilidade de realizar “pesca fantasma”. (Foto: CM Esposende)

O Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) é um dos parceiros do projeto “Redes Fantasma: Artes de pesca abandonadas, perdidas e descartadas: contributos para a prevenção, atenuação, remediação e consciencialização de impactos no Litoral Norte”, promovido pelo Município de Esposende e cofinanciado pelo Programa Operacional da Pesca (PROMAR).

Este projeto prevê a execução de diversas medidas que visam a redução das artes de pesca abandonadas, perdidas ou descartadas, a atenuação do seu impacto e sua remoção do meio ambiente. Estas medidas abrangem a compilação da informação já existente e realização de estudos de diagnóstico, a realização de campanhas de remoção das artes recorrendo ao mergulho, a análise das artes de pesca recolhidas, pesagem e desmantelamento, e a execução de ações de sensibilização junto da população e dos profissionais da pesca, sobre a problemática das artes fantasma.

Ao CIIMAR caberá a tarefa de colheita e análise de amostras representativas de cada rede recolhida, bem como o registo dos seus parâmetros (tipo de rede, tipo de construção, tamanho da malha, cor, entre outros). Será ainda construída uma base de dados sobre as redes recolhidas, o que permitirá analisar a sua composição sintética, a sua proveniência e as espécies-alvo para o qual foram construídas.

Os equipamentos de pesca têm sido perdidos, abandonados ou descartados em todos os mares e oceanos desde sempre, tornando-se num instrumento de captura não controlável, dando origem a uma elevada taxa de mortalidade ao nível dos recursos. A extensão e impacto deste problema sofreu um aumento significativo nos últimos 50 anos com o aumento do esforço de pesca e da durabilidade dos materiais de fabrico das artes, pelo que é essencial compreender a degradação causada pela “pesca-fantasma” e analisar todos os seus efeitos prejudiciais para o meio marinho, estimar a sua dispersão espacial e temporal e ainda proceder a um plano de consciencialização, sensibilização e remoção de artes no fundo do mar.