Hugo Sousa é investigador no IPO Porto há 15 anos. (Foto: DR)

O médico e investigador Hugo Sousa, antigo estudante da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), é o vencedor da edição deste ano do “Abbott Diagnostics Award”, tornando-se assim o primeiro português a receber o prémio atribuído anualmente pela Sociedade Europeia de Virologia Clínica (ESCV, European Society for Clinical Virology) a médicos e investigadores que se destaquem pelo seu trabalho na área do diagnóstico clínico em Virologia.

Natural de Barcelos,  Hugo Sousa, de 35 anos, trabalha no Serviço de Virologia do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO Porto), onde se tem dedicado a investigar as infeções por vírus associadas a cancro.”Nos últimos anos, desenvolvemos alguns estudos particularmente com doentes submetidos a transplante de células progenitoras hematopoiéticas, onde o desenvolvimento de infeções por vírus é um fator de mau prognóstico. Um dos mais recentes está relacionado com a deteção de mutações do Citomegalovírus (CMV) que estão associadas à resistência à terapêutica ”, descreve o investigador, explicando que a identificação precoce desses vírus possibilita definir formas de tratamento “mais eficazes, com menos sofrimento e diminuir a mortalidade destes doentes”.

Licenciado em Microbiologia pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, Hugo Sousa é mestre em Oncologia e doutorado em Ciências Biomédicas pelo ICBAS. Mais recentemente, em 2014, concluiu o Mestrado Integrado em Medicina na FMUP. Ligado há 15 anos ao IPO Porto, onde é Técnico Superior de Saúde no Serviço de Virologia e investigador no Grupo de Oncologia Molecular e Patologia Viral CI-IPOP, dá ainda aulas na Escola Superior de Biotecnologia da UCP e cumpre atualmente o Ano Comum do Internato Médico na Unidade Local de Saúde do Nordeste – Unidade Hospitalar de Mirandela.

Em relação à conquista do “Abbott Diagnostics Award”, o investigador barcelense mostra-se “lisonjeado” por receber aquele que “é uma espécie de Óscar do diagnóstico da Virologia” (destina-se a investigadores com mais de dez anos de atividade científica ligada à Virologia e só pode ser atribuído uma vez à mesma pessoa), entregue anteriormente a “pessoas com trabalhos extremamente importantes na área da virologia a nível mundial”.  “Era absolutamente inesperado, pois sendo por nomeação [e não por candidatura] não há forma de saber que estamos nesse grupo de possíveis vencedores. Tudo isso faz com que receber este prémio seja muito honroso”.

O galardão será entregue em setembro, em Stresa, Itália, durante o congresso anual da Sociedade Europeia de Virologia Clínica.