Mónica Mota, Renata Duarte e Cláudia Vilar completaram a licenciatura e o mestrado em Arquitetura Paisagista na FCUP. (Foto: DR)

Três arquitetas paisagistas, antigas estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), desenharam o jardim mais votado pelo público no Festival Internacional de Jardins de Allariz, que decorreu, em Espanha, entre os meses de maio e outubro deste ano.

Este foi o único projeto português apresentado entre os dez a concurso, desenvolvidos por profissionais de vários países, como Espanha, França, Itália, Áustria, Peru, Brasil ou Japão. Sob o tema “Erotismo no Jardim”, o “Jardim Proibido“, da autoria de Cláudia Vilar, Mónica Mota e Renata Duarte, conquistou 24,9% da preferência do público neste festival visitado por cerca de 40 mil pessoas.

O “Jardim Proibido” tem como protagonista uma maçã gigante, rodeada por um pomar e por um caminho de madeira, que serve de entrada para o espaço. (Foto: DR)

As jovens conheceram-se na FCUP, onde fizeram a licenciatura e o mestrado em Arquitetura Paisagista. Cinco anos depois, voltaram a juntar-se para concorrerem a esta iniciativa. No projeto que desenvolveram, uma maçã gigante surge como protagonista num pomar de frutos proibidos serpenteados por um caminho de madeira, que serve de entrada para o jardim. Uma cama, um pórtico para tirar fotografias e a vegetação aromática são alguns dos elementos que fizeram parte do jardim e que tiveram como objetivo transportar o visitante para o imaginário do tema.

Descrito pelas suas autoras como “jovem, envolvente e atrevido”, o projeto premiado pretendeu, através de elementos interativos e divertidos em 3D e 4D, desmitificar o tema do erotismo junto dos mais novos, tendo a história de Adão e Eva como pano de fundo.  Para Cláudia, Mónica e Renata, “tem sido gratificante o feedback positivo das pessoas e dos profissionais da área” em relação ao trabalho que apresentaram.

Inspirado na história de Adão e Eva, o projeto premiado procurou desmistificar o tema do erotismo junto dos mais novos. (Foto: DR)

“Sem dúvida que a formação académica foi o denominador comum que nos uniu e ajudou a estruturar ideias e a materializar inspirações que fomos bebendo ao longo do curso e do nosso percurso profissional até à data. No entanto, o cunho pessoal e do grupo está bem patente neste nosso projeto”, contam.

O sucesso do “Jardim Proibido” e o mediatismo associado ao prémio que ganharam deixou as antigas estudantes da FCUP muito orgulhosas. “Este projeto é a prova que devemos continuar a ser persistentes para alcançarmos os nossos objetivos”, rematam, realçando que, apesar das dificuldades, têm estado as três a fazer da arquitetura paisagista a sua ocupação principal.

Esta não foi a primeira vez que as três alumnae da FCUP participaram num Festival Internacional de Jardins. Cláudia Vilar, Mónica Mota e Renata Duarte já tinham participado, enquanto ainda estavam a estudar, de forma individual, no Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, tendo sido finalistas.