Radicado na Holanda desde os anos 70, Lopes da Silva é um dos mais eminentes neurocientistas da atualidade. (Foto: DR)

O investigador português Fernando Lopes da Silva, nome incontornável no estudo das neurociências, vai estar esta quarta-feira, dia 20 de novembro, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) para proferir uma palestra sobre “Dynamics of Epileptic Phenomena”, no âmbito do Programa Doutoral em Engenharia Biomédica.

Nesta sessão, com início marcado para as 14h00, Lopes da Silva vai abordar o tema da Epilepsia, ilustrando como esta é uma doença dinâmica, com vários estados operacionais, que podem alternar entre si motivados por diversos fatores. Vão também ser analisadas outras variações da doença, nomeadamente a Epilepsia do Lobo Temporal Medial.

Haverá ainda lugar para apresentar uma visão geral dos modelos básicos, com base em gravações neurofisiológicos em pacientes humanos, combinadas com análise de sinais e em simulações que utilizam modelos computacionais de redes neurais não-lineares.

Considerado um dos mais eminentes neurocientistas da atualidade, Fernando Lopes da Silva desenvolveu uma carreira brilhante como cientista, professor, líder de vários serviços de ensino e investigação, sobretudo na Holanda, país onde se encontra radicado há várias décadas. Os seus interesses de investigação estão centrados sobretudo nos aspetos biofísicos da atividade elétrica do cérebro e da organização funcional das redes neuronais, ou seja, do córtex cerebral e do sistema límbico, com especial atenção à geração e significado funcional das atividades rítmicas do cérebro.

O abstract da palestra “Dynamics of Epileptic Phenomena” pode ser consultado aqui .

Sobre Fernando Lopes da Silva

Natural de Lisboa (1935), Fernando Lopes da Silva licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa em 1959. Em 1962 muda-se para Londres, onde concluiu uma pós graduação em engenharia e física no Imperial College da Universidade de Londres, antes de se juntar, em 1965, à equipa científica do prestigiado Grupo de Investigação Cerebral (Brain Research Group) do National Institute of Medical Research.

Já na Holanda, concluiu o doutoramento pela Universidade de Utrecht em 1970. Dez anos depois (1980) é apontado como docente de Fisiologia Geral na Faculdade de Ciências da Universidade de Amesterdão, onde virá a dirigir o Instituto de Neurobiologia de 1993 a 2000, ano em que se reforma e é nomeado Professor Emérito daquela instituição. Presentemente colabora com o Instituto de Ciências da Vida de Swammerdam.

Autor de mais de 220 papers relacionados com a sua área, Lopes da Silva recebeu inúmeros prémios e distinções científicas, das quais se destacam o “Herbert H. Jaspar Award” da American Clinical Neurophysiology Society (1999), ou o “Storm van Leeuwen/Magnus Prize”, da Sociedade Holandesa de Neurofisiologia Clínica (2000), ambos pelas “contribuições excecionais” na área da neurofisiologia clínica. Em Portugal, foi distinguido com o primeiro Prémio Universidade de Coimbra (2004) e é Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Lisboa (1997) e Porto (2002).